Cónego Aguiar Barreiros
Cónego Aguiar
Barreiros
Aguiar Barreiros considerou a necrópole de Lourosa como anterior ao
templo que tinha sido sagrado em 912, conforme garante uma epígrafe de sagração
aparecida aquando dos restauros da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos
Nacionais. Que não existia anteriormente, e não prova nada.
A
sua classificação de “cemitério bárbaro” parece indicar que Aguiar Barreiros se
inclinava a considerar as sepulturas antropomórficas de Lourosa como vestígios
de uma necrópole visigótica, mas não é suficientemente clara para dissipar
todas as dúvidas. Se assim era, a opinião Aguiar Barreiros parece concordante
com a de outro estudioso do monumento, D. José Pessanha.
Pena é
que, tanto um como outro, não nos tenham legado estudos mais detalhados sobre
esta importante necrópole. Desconhece-se o número exacto de sepulturas e suas
tipologias, e a possibilidade de as relacionar com a estrutura moçárabe. O
local merecia uma análise mais profunda para se confirmar a anterioridade de
algumas sepulturas antropomórficas em relação ao ano de 912, que seria um
elemento particularmente importante para a história de Portugal.
- A necrópole de Lourosa comportaria cerca de
15 sepulturas, e algumas delas encontravam-se parcialmente sobrepostas pelo
campanário gótico do templo. É seguro, visto que as fossas sepulcrais são
anteriores à gótica espadana das sineiras, e julgava eu, posteriores à igreja,
datada de 910. Vergílio Correia, retornou varias vezes ao cemitério de Lourosa,
fazendo um estudo sobre o templo e, publica em 1912 os seus pormenores
tipológicos, a revelarem os monumentos orientados E-O. E, considera a necrópole
anterior ao templo Visigodo/moçárabe:
“Como todos parecem sahir de sob as paredes da
igreja é natural a pré-existência do cemitério, sendo o templo edificado sobre
ele muito posteriormente.
Vergílio Correia defendia a opinião de que as sepulturas rupestres já
tinham sido utilizadas pelos romanos, prolongando-se a sua manufactura pelos
tempos visigóticos e chegando até épocas mais tardias. (Vergílio Correia, op.
cit., Lisboa, 1912).
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