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Puta

   puta   Puta,   era uma deusa menor da agricultura, que durante as festividades da primavera, no início de cada ciclo de vida agrícola, presidia não só ao amanhar da terra, à poda das árvores, mas também ao poder de julgar, de ordenar, de representar, em suma, de manifestar o desejo de abundância.       O culto à deusa Puta ocupa esse espaço deixado pelas Bacanais. Durante estas festividades à deusa Puta, exercidos principalmente por mulheres jovens, faziam de conta que podavam (putare[16]) ao mesmo tempo que empunhando ramos de oliveira dançavam em êxtase em arrebatamentos sagrados entregando-se aos prazeres carnais em honra da deusa. Por fim, acreditavam que os filhos nascidos destes ocasionais encontros eram os filhos da Puta que, porventura, teriam um futuro brilhante.   As Bacanais, rituais destinados inicialmente somente a mulheres, cedo se tornaram tão populares em Roma que as festividades descambaram em desordem socia...

A minha Genealogia desde 1828

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       Quanto aos meu  oito trisavós,  que adquiriram os seus  terrenos no Campo de Lourosa   em hasta publica  no ano de  1836,   tornando-se  pequenos  e médios proprietarios rurais:   Domingos Nunes e  Maria Quaresma , cogominada Cabeçadas,  por ser natural  da aldeia com  esse nome.                  Manuel Fernandes *Vilela, Nogueira do Cravo casado com   Ana Leal  de Lourosa.       José Alves Talisca casado com  Josefa Rosa é de uma familia dos Taliscas de São  Martinho da Cortiça.          João Fernandes casado com Carolina da Conceição, segundo  o certificado de óbito  da paroquia  de Lourosa , sao proprietarios  de herdades, sao de origens  das  terras do Dão.             O meu trisavô Jos...

As récitas Populares

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  As récitas Populares   «Tu julgas ser mais do que eu   Por teres mais olivais? Debaixo da campa fria   Todos nós somos iguais».   «Quem é pobre, sempre é pobre, Quem é pobre nada tem ; Quem é rico, sempre é rico, E às vezes não é ninguém».   «Não há nada como a morte   Pr’acabar a presunção, Com quatro varas de chita E sete palmos de chão».   «O dinheiro e mais dinheiro   Faz a paz e mais a guerra ; Belos condes e marquezes, Em morrendo, tudo é terra».             ******** «Homem rico tem dinheiro, O pobre também n’o tem ; O rico gasta o que quere, O pobre gasta o que tem».   Vou para a   arrenda do milho é:    sacha com amontoa.   andava uma orquestra dispersa a sachar os milharaes Minha mãe, case-me cedo, Enquanto sou rapariga, Que o milho sachado tarde Não dá palha, nem espiga.     ...

Récitas Populares

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  As récitas Populares ouvidas na Beira Interior  Chanfana  Coja Coja Tricana                                                 Tricana e Frutica    «Tu julgas ser mais do que eu   Por teres mais olivais? Debaixo da campa fria   Todos nós somos iguais».   «Quem é pobre, sempre é pobre, Quem é pobre nada tem ; Quem é rico, sempre é rico, E às vezes não é ninguém».   «Não há nada como a morte   Pr’acabar a presunção, Com quatro varas de chita E sete palmos de chão».   «O dinheiro e mais dinheiro   Faz a paz e mais a guerra ; Belos condes e marquezes, Em morrendo, tudo é terra».             ******** «Homem rico tem dinheiro, O pobre também n’o tem ; O rico gasta o que quere, O pobre gasta o que tem».   Vou p...

Expressões beirãs

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       Expressões   beirãs     «Quem tem vinha em mau lugar, aos olhos vê seu mal». Sem teres nem haveres – não tinha nada «Comprar à cala ou tomar à cala: — comprar a olho   (tomar a mulher em Camisa) — recebê-la em casamento sem dote.   «Andamos neste mundo para nos ajudarmos uns aos outros.»   Os que não dão ajuda: Dão-se ajudas com o freio, o bridão e as pernas, além da voz, o assobio e o chicote.»   Contar os dentes dos cavalos a fim de determinar qual a sua idade Dar a vontade – prever o futuro. Fonte: D. Duarte, 1942, p. 146. LR Dar ao cabo – voltar para trás. Fonte: D. Duarte, 1986, p. 133. AR De so criaçom – da   sua criação Decoada – cinzas fervidas em água, com a qual se limpa o estanho, a prata e a madeira. Deixar as esperanças em agraço (frustrações) Departidas cousas – diferentes coisas ou várias coisas Deposla perfeiçom – atrás da perfeição. Desagraciados – que não tem graça. ...

Dicionário Beirão

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  Dicionário Beirão     Alavoeiro — Beira Baixa — ajudante do pastor. Alpiche — Beira Alta — água de vegetação da azeitona, carregada de albumina e de matéria negra e amarga, resultante da acção da água das chuvas e mesmo do orvalho e dos princípios amoniacais que contêm, sôbre o oleo e que com êle saem na espremedura Alvado — lugar do cortiço Alvarelhos — bagos de uva Alvergue ou Alguergue   — diz-se assim o prato da prensa que espreme o bagaço da azeitona. Abegão - Caseiro que tem a seu cargo a lavoura e a abegoaria de uma propriedade agrícola. Amussar — o mesmo que estorcegar o linho. Aguadeiros — o mesmo que lagueiros Alavão — conjunto de cabeças de gado lanígero, de diferentes proprietários, de que um dado pastor toma conta e pastoreia em pascigos que arrendou na serra de S. João ou nas de S. Macário, Montemuro, da Nave, etc., e onde êsse gado se conserva até ao fim de Agosto, mediante certa quantia por cabeça, paga pelo dono respectivo — 1...

Esta minha história não é mais que uma passagem do tempo dentro da natureza com acontecimentos ainda vivos a evocarem o que vou escrevendo no presente.

       Esta minha história não é mais que uma passagem do tempo dentro da natureza com acontecimentos ainda vivos a evocarem o que vou escrevendo no presente.   As viagens às minhas origens. A viver em Lisboa desconhecia a vivência do campo e dos caminhos intransitáveis onde raramente se encontrava vestígios da existência humana.     O que temos de mais característico é o nosso estado de espirito. É estranho quando sentimos a impressão de que voltamos ao passado com recordações repentinas, que é um fenómeno comovente, extraordinário e incompreensível, evocado em silêncio!